SPA do Brasil lançará campanha obrigatória de conscientização sobre jogos de azar para proteger jogadores
Os planos foram revelados em uma reunião na terça-feira (3 de setembro) da comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre manipulação de resultados, com o líder da SPA, Regis Dudena, respondendo aos pedidos dos políticos por medidas para combater o jogo problemático no Brasil.
Após longos atrasos na implementação da regulamentação de apostas, o mercado licenciado do Brasil será lançado em 1º de janeiro de 2025. Até agora, 114 operadores enviaram solicitações, o que significa que até 342 marcas podem estar ativas em janeiro, já que cada licença fornece acesso a três skins ou marcas.
Políticos levantaram preocupações sobre os danos causados pelo jogo que podem surgir quando o mercado abrir e o regulador for capaz de monitorar adequadamente os comportamentos de jogo.
Os planos de Dudena e da SPA incluem lançar uma campanha para conscientizar sobre os riscos associados ao jogo.
É uma demanda direta do ministro [da Fazenda, Fernando Haddad], disse Dudena durante a reunião da CPI. Estamos trabalhando nos primeiros passos dessa campanha para que a população entenda que as apostas são apenas entretenimento e que as pessoas potencialmente perderão dinheiro.
Outras medidas para combater o jogo problemático
Os potenciais impactos econômicos prejudiciais do jogo no Brasil foram revelados em um estudo recente da especialista em pesquisa de mercado Hibou, com uma pesquisa revelando que 10% da população do país sofreu problemas financeiros como resultado direto das apostas.
A pesquisa, que contou com 2.839 entrevistados de todas as classes sociais do Brasil, revelou que 68% dos brasileiros apostam, com cerca de 16% sofrendo problemas financeiros relacionados ao jogo. Isso equivale a aproximadamente um décimo da população do Brasil.
As rigorosas regulamentações sobre o jogo responsável na legislação da Portaria Normativa nº 1.231 garantirão que os operadores adotem uma abordagem unificada para a proteção dos jogadores. Por exemplo, os operadores devem oferecer aos apostadores a oportunidade de ativar limites de tempo e perda financeira.
Os jogadores também devem ter a opção de se autoexcluir, e os operadores devem informar aos jogadores sobre os riscos de vício no momento do registro.
Dudena comentou sobre as regulamentações: Impondo regras específicas a todos os agentes que queriam vir trabalhar no Brasil, para conhecer seus apostadores, monitorar seus apostadores, impor alertas em casos de abuso de jogo, impor restrições de tempo e, em última instância, criar bloqueios para esses apostadores.
Oposição política ao jogo continua
O senador Eduardo Girão tem feito campanha contra a legalização do jogo e, na reunião da CPI de terça-feira, chamou a liberalização das apostas de uma tragédia humana sem precedentes.
E enquanto Rodrigo Alves, representante da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp), afirma que os brasileiros deveriam ser autorizados a apostar, ele está cético quanto ao impacto negativo que a publicidade de jogos de azar pode ter sobre os jogadores.
Estamos completamente cientes e concordamos que muitas pessoas hoje estão ultrapassando seus limites, nem sabem quais são seus próprios limites e isso se deve em grande parte à publicidade um tanto descontrolada. Acreditamos fortemente na regulamentação, porque não existe essa coisa de ‘não há apostas’.
De acordo com as regulamentações, operadores não autorizados serão banidos de fazer publicidade ou patrocínios a partir de 1º de janeiro.
Da mesma forma, os operadores devem agir com diligência em suas campanhas de marketing. Uma controvérsia em torno do slot de temática asiática Fortune Tiger fez com que a SPA proibisse as marcas de fazer marketing com influenciadores e celebridades.