Pesquisa do governo revela que 60% dos brasileiros apoiam jogos de azar em ambientes físicos

Na terça-feira, dia 22 de abril, o Instituto de Pesquisa DataSenado, instituto de pesquisa vinculado à Secretaria de Transparência do Senado Federal, divulgou os resultados de uma pesquisa nacional, que buscou apurar o nível do apoio público para apostas em ambientes físicos no país.
O PL 2 234/2022, que é o projeto de lei de legalização de cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos, foi aprovado pelo Comitê de Justiça e Cidadania no mês de junho do ano passado.
Depois de enfrentar contratempos e sofrer adiamentos em várias ocasiões, existe um certo nível de confiança de que o projeto de lei seja votado pelo Senado dentro em breve. O relator do projeto, senador Irajá Abreu, disse no início deste mês que acredita que o projeto tem o apoio necessário para obter a aprovação final do Senado.
Esse novo levantamento, que entrevistou 5.039 homens e mulheres brasileiras com 16 anos ou mais por meio de chamadas telefônicas assistidas por computador, entre 21 de fevereiro e 1º de março, corrobora a convicção de Irajá de que a legalização das apostas em ambientes físicos conta com o apoio da população brasileira.
Dos entrevistados, 60% disseram que eram a favor da regulação e monitoramento dos jogos em ambientes físicos. No entanto, 34% afirmaram ser contra as propostas, enquanto outros 6% disseram que não sabiam ou preferiam não responder.
Benefícios econômicos da legalização dos jogos de azar em ambiente físico no Brasil
Grande parte da justificativa do apoio político aos jogos de azar em ambientes físicos tem a ver com os benefícios econômicos que o setor poderia proporcionar ao país.
Estimativas dão conta de que a legalização poderia gerar uma receita anual de R$ 20 bilhões.
Quando perguntados se a legalização dos jogos de azar em ambientes físicos aumentaria a cobrança de impostos, 58% dos entrevistados pelo DataSenado concordaram, ao passo que 22% disseram que não faria diferença.
Além disso, 44% deles acreditam que a legalização dos jogos de azar em ambientes físicos aumentaria o número de empregos no Brasil, com gigantes internacionais como a Hard Rock International já se programando para entrar no mercado.
Alex Pariente, vice-presidente sênior corporativo de operações de cassino e hotel da Hard Rock International, disse anteriormente à iGB: “Temos muito interesse em lançar um resort integrado de maior impacto na economia, devido à magnitude do investimento.
A construção de um resort integrado com o potencial de atuar como destino de turistas não só da região, mas internacionais, poderia ajudar muito a concretizar o objetivo do governo, que é incrementar o turismo. Da mesma forma, com a criação de empregos relacionados ao investimento considerável de um resort integrado, estamos falando em bilhões de dólares.”
A pesquisa do DataSenado mostra que mais de um quarto (26%) da população participaria de jogos de azar em ambientes físicos caso sejam legalizadas.
Apesar da não legalização, há um entendimento geral de que os jogos de azar em ambientes físicos contam com relativa difusão no Brasil, e apenas 25% dos entrevistados acreditam que a proibição atual é muito eficaz na redução da atividade.
Formalizando a atividade
Tal como acontece com a alternativa on-line licenciada, que foi lançada no dia 1º de janeiro deste ano, é provável que a legalização das apostas em ambientes físicos formalize a atividade e ajude a reduzir consequências nocivas, tais como dependência e crimes relacionados com apostas, em grande parte impulsionados pela atividade ilegal.
Dos entrevistados, 65% disseram que a criação de regras para evitar crimes relacionados a jogos de azar, como lavagem de dinheiro, foi muito importante, com 17% deles a descrevendo como apenas importante.
Vale a pena salientar que a Polícia Federal se posiciona contra a regulamentação das apostas em ambientes físicos, tendo a CNN Brasil destacado as preocupações da força sobre um possível aumento na lavagem de dinheiro.
Quando perguntados se a previsão legal de que as máquinas de apostas nos cassinos sejam supervisionadas de modo a garantir sua veracidade e que as regras sejam declaradas com clareza, 62% dos entrevistados disseram que isso é um aspecto positivo das propostas.
Além disso, 54% acreditam que a criação de um registro confidencial nacional de pessoas viciadas em jogos de azar que busque restringir suas atividades seria um movimento positivo, enquanto 52% concordaram que regras que evitem que as pessoas se endividem com o jogo são muito importantes.