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O outro jogo bonito: Os esportes eletrônicos são o segundo esporte do Brasil?

| By iGB Editor
À medida que o Brasil avança em direção ao lançamento de apostas esportivas e igaming regulamentados, surge uma grande oportunidade para os esportes eletrônicos no horizonte. Especialistas locais explicam a oportunidade que está ganhando destaque.

“Acho que os esportes eletrônicos já são o segundo maior esporte em termos de popularidade”, diz Udo Seckelmann, do escritório Bichara e Motta Advogados. “Não em termos de apostas, mas no sentido de as gerações mais jovens verem os esportes eletrônicos de forma mais positiva do que outros esportes, incluindo o futebol.”

“Talvez, nos próximos dez anos, os esportes eletrônicos superem o futebol.”

Em um país sinônimo de o jogo bonito, a ideia de que isso possa ser superado pode parecer extrema. Mas o escritório de Seckelmann representa uma variedade de esportistas de alto perfil, incluindo surfistas, skatistas e, sim, jogadores de futebol. Agora, também está começando a representar cada vez mais jogadores de esportes eletrônicos, sem mencionar o crescente interesse por parte dos operadores de apostas.

Há um público vasto à disposição, diz o veterano dos esportes eletrônicos Leo de Biase. O português é “uma língua que ninguém fala”, brinca ele. Mas, devido à popularidade dos esportes eletrônicos no Brasil, agora é o segundo idioma mais prevalente no Twitch, depois do inglês.

De Biase trabalha com esportes eletrônicos e games há mais de 25 anos, passando por LAN houses, uma temporada na Nvidia e trabalhando para trazer algumas das principais ligas de esports do mundo para o Brasil. Ele concorda com Seckelmann: os esportes eletrônicos já estão consolidados no mainstream.

Dores do crescimento para os esportes eletrônicos no Brasil

No entanto, embora o patrocínio de apostas ofereça algum financiamento, ele aponta que há uma grande diferença em relação aos esportes tradicionais. Enquanto anúncios em jogos da Série A podem ser vendidos por BRL300 milhões, alcançando um público de cinco a oito milhões, um torneio de Free Fire, assistido por o dobro de pessoas, arrecada apenas cerca de BRL15 milhões em patrocínios.

Quando se trata de apostas, o Brasil tem uma população jovem e engajada, mas que nem sempre tem grande poder aquisitivo, explica Marek Suchar, cofundador da especialista em apostas de esports Oddin. “O valor médio das apostas é menos da metade do que você encontra na América do Norte”, ele aponta.

É também um mercado relativamente imaturo, continua Suchar. O Brasil não tem uma herança legal de jogos de azar, e as apostas só são legais — mas não regulamentadas — desde 2018. Um novo produto de apostas em esports, em um mercado novo, significa que já houve casos de apostadores experientes aproveitando streams atrasados e odds fracas para lucrar.

No marco regulatório que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro, não há uma redação oficial sobre esportes eletrônicos, acrescenta Seckelmann. No entanto, há um consenso geral de que eles atendem aos critérios para serem considerados um esporte, posição apoiada pelo Ministério do Esporte do Brasil. “Mas essa é uma questão que ainda não está 100% esclarecida”, afirma ele.

Quais títulos impulsionam as apostas em esportes eletrônicos no Brasil?

Mas, quanto à estrutura do mercado, quais jogos têm bom desempenho? Para De Biase, Free Fire é “o jogo do povo” e o título mais popular por uma ampla margem, embora ainda não seja um título-chave para apostas. Títulos como Counter-Strike (CS) e League of Legends também têm bom desempenho, ele diz, junto com jogos da Ubisoft, como Rainbow Six e Valorant.

Dados da Loadout Esports & Gaming, compartilhados com exclusividade com a iGB, mostram uma afinidade particular por CS, com 7% da região da América Latina assistindo ao título, um dos principais em apostas de esportes eletrônicos.

Suchar aponta que os esims podem se tornar títulos cruciais no Brasil. Ele sugere um grande potencial em efootball, indicando que o público de esportes eletrônicos ainda não perdeu o amor pelo futebol.

Isso é corroborado pelos dados da Loadout, mostrando um cruzamento entre os espectadores de futebol e esports. Uma pesquisa com 1.000 entusiastas de esports revelou que 95% também assistem a futebol, superando o cruzamento entre esports e a NFL nos EUA.

O segundo esporte do Brasil

Afinal, além do futebol, não há realmente um segundo esporte no Brasil. Sim, há algum interesse por basquete e vôlei. Um jogo de futebol americano acontecendo em São Paulo sugere que a NFL vê uma oportunidade de cultivar uma nova base de fãs.

Mas, como diz Seckelmann, os esportes eletrônicos são o segundo maior esporte no mercado. O patrocínio no futebol já está próximo do ponto de saturação, com as maiores marcas migrando de acordos com clubes para patrocínios de ligas. As pessoas começarão a se perguntar onde mais investir.

De acordo com as pesquisas da Loadout, há um cruzamento significativo; 38% dos espectadores regulares de esports apostam nas competições.

“Acho que todo mundo vai entrar nesse mercado”, diz De Biase. “Isso trará mais e mais dinheiro para a indústria, e haverá preocupação em manter o controle sobre os patrocínios.”

“Mas é um dinheiro muito necessário, já que marcas tradicionais não estão investindo milhões e milhões em esports. Eu estava mais preocupado com federações e confederações do que com apostas e igaming”, ele acrescenta.

“Eles são superapoiadores e precisamos desse tipo de incentivo para o nosso ecossistema.”

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