Lista de requerentes de licença de apostas no Brasil encolhe com a saída de operadores antes do lançamento do mercado
No prazo inicial de 20 de agosto, 113 pedidos foram registrados no Sigap, o sistema de gerenciamento de apostas do Brasil. Os operadores que apresentaram seus pedidos antes do fim desse prazo têm a garantia de que seus pedidos serão processados antes do lançamento do mercado em 1º de janeiro de 2025.
Os operadores ainda podiam apresentar pedidos de licenças após o prazo de agosto, com o número de pedidos chegando a 273 no início desta semana.
Requerentes estão desistindo do processo no Brasil
No entanto, pelo menos 20 operadores já retiraram seus pedidos no Brasil, sendo a Betway, do Super Group, o nome de maior destaque da lista.
Entre outros que se retiraram do processo de pedido de licença juntamente com a Betway estão a Arena Esportiva, a AmuletoBet e a Vera&John, atualmente pertencentes à Ballys Corporation.
Em uma teleconferência após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre do Super Group na quarta-feira (6 de outubro), o Presidente e Diretor Comercial do Super Group, Richard Hasson, disse que o operador se concentraria em mercados em que visse uma forma de gerar retornos após seu lançamento.
Obviamente, tem-se falado muito sobre o Brasil em todo o setor no momento, disse Hasson na teleconferência. Esse é um mercado no qual não estamos atualmente avançando em linha com todos os mercados que analisamos.
Queremos garantir que possamos identificar o mesmo caminho para a lucratividade quando entrarmos em operação.
Um tema importante dos resultados do terceiro trimestre do Super Group foi seu sucesso na África, uma região que representou sua maior parcela de receita pelo segundo trimestre consecutivo. Em resposta a uma pergunta do analista da The Benchmark Company, Mike Hickey, Menashe disse que o Super Group se concentraria na África, em vez de tentar competir contra empresas como a Flutter Entertainment e a Bet365 no Brasil.
[Esses concorrentes estão] basicamente focados no Brasil, e é por isso que não queremos entrar nessa disputa, afirmou ele. Então, acho que escolhemos nossa batalha e é assim que se faz.
Por que os operadores estão retirando seus pedidos de licença?
O mercado legal de apostas deve entrar em operação no Brasil em 1º de janeiro de 2025 e os operadores estão recebendo seus pedidos de licença desde que a Secretaria de Prêmios e Apostas determinou os requisitos para autorização em uma implementação em quatro etapas da regulamentação.
A Portaria Normativa nº 722 define um rigoroso processo de certificação com altos custos envolvidos, com as empresas devendo passar por auditorias regulares e testes contínuos para manter a conformidade.
Os operadores aprovados terão de pagar uma taxa de licença de 30 milhões BRL (£ 4,1 milhões/ 4,9 milhões/$ 5,3 milhões), que permitirá a operação de três skins por pedido de licença.
A regulamentação no Brasil causou preocupação em alguns setores. Muitas partes interessadas locais disseram ao iGB que os onerosos requisitos técnicos e de manutenção, bem como uma pesada taxa de licença, impedirão os operadores menores de entrar no mercado regulamentado devido às despesas operacionais.
Outras sugeriram que o número de pedidos é enganoso. Elas acreditam que os operadores menores, incapazes de arcar com a taxa de licença de 30 milhões BRL, apresentaram pedidos simplesmente para evitar ações de fiscalização antes do final de 2024. A partir de 1º de outubro, aqueles que não estiverem ativos no mercado e não tiverem apresentado um pedido de licença serão desativados pelas autoridades.
Um boom de fusões e aquisições está a caminho para consolidar o mercado de apostas brasileiro?
As barreiras financeiras ainda podem fazer com que mais operadores retirem seus pedidos devido a preocupações com a sustentabilidade e lucratividade a longo prazo das suas atividades no Brasil.
Uma maneira de contornar essas despesas para operadores menores poderia ser através de fusões e aquisições. O economista e sócio da Redirection International, Adam Patterson, argumentou anteriormente que os altos custos regulatórios poderiam levar a um boom de fusões e aquisições no Brasil, com os operadores maiores abocanhando os operadores locais que já possuem bases de clientes.
A tendência de atividades de fusões e aquisições é impulsionada, em parte, pelos elevados custos regulatórios associados ao processo de licenciamento, incluindo taxas de autorização que podem chegar a 30 milhões BRL, certificações técnicas e obrigações fiscais, afirmou Patterson.
Coletivamente, esses fatores representam um desafio significativo para a sustentabilidade econômica dos operadores de apostas pequenos.