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Textor reitera acusações de manipulação de resultados no Brasil em CPI

| By iGB Editor
O proprietário do Botafogo de Futebol e Regatas, John Textor, reafirmou suas acusações de manipulação de resultados no Brasil em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre apostas esportivas realizada na segunda-feira.

Textor afirmou anteriormente que tinha evidências de que jogadores do São Paulo foram subornados em uma partida da primeira divisão do Brasil contra o Palmeiras. O Palmeiras venceu a partida por 5 a 0. Um mês antes, Textor também afirmou que estava de posse de uma gravação de um árbitro que havia sido subornado.

Em resposta, o senador Jorge Kajuru encaminhou as alegações ao diretor da polícia federal, Andrei Rodrigues. Kajuru também solicitou que a polícia federal convocasse Textor em até 24 horas, pedindo ainda que Textor trouxesse as evidências disponíveis.

Uma CPI foi então criada para auxiliar na investigação das alegações de manipulação de partidas no esporte brasileiro. Kajuru foi nomeado presidente, enquanto o senador Eduardo Girão foi nomeado vice-presidente. Além disso, o ex-jogador Romário foi nomeado relator.

A CPI tem como objetivo investigar as denúncias de manipulação de partidas em uma reunião semanal, respondendo às alegações de jogadores, dirigentes e empresas de apostas. Uma possível proibição no futebol poderia ser solicitada aos tribunais caso a infração fosse comprovada.

Textor foi convocado para a CPI após sua criação. Ele então afirmou que as evidências seriam passadas para a comissão em uma reunião secreta. O proprietário do Botafogo também observou que nunca fez alegações de que o Palmeiras estivesse diretamente envolvido em manipulação de partidas.

Textor alega irregularidades

Textor afirma que a tecnologia que contratou avaliou o comportamento humano, identificando ações anormais. No jogo entre São Paulo e Palmeiras, que o Palmeiras venceu por 5 a 0, a tecnologia encontrou cinco jogadores do São Paulo que demonstraram anomalias. Um desses jogadores teve oito deficiências, quase três vezes acima do que é considerado a taxa normal.

Textor mantém a afirmação de que o jogo foi manipulado. Durante a CPI, Textor disse não saber se jogadores do Palmeiras estavam envolvidos. No entanto, reafirmou sua crença de que houve comportamentos incomuns durante o jogo.

Textor afirmou que estava analisando possíveis manipulações de partidas desde 2017. Ele destacou uma partida entre Vasco da Gama e Palmeiras, na qual uma câmera do árbitro assistente de vídeo (VAR) foi mal posicionada, levando a um gol de Vasco da Gama incorretamente anulado.

Outro exemplo citado por Textor foi em uma partida entre Botafogo e Palmeiras. Textor afirma que um jogador do Botafogo foi expulso injustamente, antes de o Palmeiras virar o jogo e vencer por 4 a 3.

A resposta da CPI

Em resposta, Romário perguntou se Textor havia usado a tecnologia em seu próprio time, o Botafogo, e também questionou as alegações de que Textor estava tentando usar suas acusações para vender o clube. Em resposta, Textor disse que usou a tecnologia para estudar o mau desempenho do time na temporada anterior, embora os resultados ainda não estivessem disponíveis, enquanto Textor negou as alegações de que estava usando as acusações como uma estratégia para vender o Botafogo.

Kajuru também questionou Textor sobre o que ele considerava ser uma contradição. Em um vídeo anterior no YouTube, Textor afirmou que tinha fortes evidências de que o Palmeiras lucrou com manipulação de partidas durante um período de duas temporadas. No entanto, Textor então afirmou que não acusou o Palmeiras de irregularidades.

Em resposta, Textor afirmou que não havia se contradito, dizendo que, embora acreditasse que o Palmeiras tenha se beneficiado de manipulação alegada nas temporadas de 2022 e 2023, nunca fez alegações de que o Palmeiras ou São Paulo estavam diretamente envolvidos em qualquer manipulação de partidas.

Romário também levantou a questão de saber se a tecnologia destacada por Textor era precisa o suficiente para fazer tais alegações, especialmente quando poderia errar ao julgar se um jogador simplesmente perdeu a concentração ou estava diretamente envolvido na manipulação de partidas.

Próximos passos

Na visão de Textor, a polícia e a CPI podem tomar medidas, incluindo a possibilidade de jogadores ou dirigentes serem banidos do futebol brasileiro. Enquanto isso, tanto o São Paulo quanto o Palmeiras já afirmaram que planejam tomar ações legais contra Textor.

O senador Carlos Portinho afirmou acreditar que, sem uma investigação adequada, qualquer manipulação potencial não será identificada. O senador Veneziano Vital do Rêgo, por sua vez, acredita que os comentários de Textor na CPI podem ajudar a comissão a estabelecer possíveis medidas punitivas.

Girão, que sempre foi crítico da indústria de apostas no Brasil, expressou seu pensamento de que os brasileiros estão em risco de se endividar devido às apostas.

Girão também questionou Textor sobre o nível de envolvimento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na possível manipulação de partidas, ao que ele respondeu que havia enviado um relatório de 70 páginas à federação em dezembro sobre suas alegações. O empresário americano também afirmou que suas denúncias realmente incluíam a cumplicidade da CBF.

Textor elogia a CPI

Textor elogiou o trabalho da CPI, destacando sua “coragem” em enfrentar o problema da manipulação de partidas no Brasil, algo que ele afirmou não ter visto em nenhum outro lugar do mundo.

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