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IBJR – e Loterj – entram em luta em meio à crescente reação negativa às apostas no Brasil

| By iGB Editor
O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) respondeu hoje (4 de outubro) à crescente reação contra as apostas legais com um manifesto intitulado “Para jogar, tem que ter regras”.

Com o mercado de apostas legal no Brasil programado para ser lançado em 1º de janeiro de 2025, o IBJR lançou seu novo manifesto, que visa promover a proteção dos jogadores e a regulamentação, apoiado por uma grande campanha midiática.

O manifesto foi destaque na capa da edição de hoje de vários dos principais jornais brasileiros, incluindo Folha e O Globo.

O IBJR afirma representar 75% do mercado de apostas no Brasil, contando com membros como Bet365, Flutter e Entain.

O manifesto do IBJR reitera novamente sua dedicação em garantir uma indústria de apostas “limpa” no Brasil. “Nosso objetivo é promover todos os esforços para desenvolver um ecossistema de apostas online sustentável, seguro e confiável que gere benefícios para toda a sociedade”, afirmou o IBJR.

IBJR focando em quatro frentes no Brasil

No manifesto, o IBJR destacou quatro frentes principais nas quais está trabalhando para garantir um ambiente seguro para os apostadores no Brasil.

Primeiramente, está defendendo a aplicação rigorosa das regulamentações, com um diálogo mais intenso entre o IBJR e o governo para beneficiar o setor com aprendizados mútuos.

A publicidade, que tem sido um dos aspectos mais controversos da regulamentação, é outra área de foco do IBJR. A associação aponta suas diretrizes de publicidade como uma forma de direcionar os operadores para um marketing apropriado.

Além disso, o IBJR está enfatizando a importância do setor de jogos no Brasil em contribuir positivamente para a economia e os esportes no que diz respeito aos impostos, afirmando que a indústria deve “gerar benefícios para toda a sociedade”.

O IBJR destacou as contribuições de seus membros para os esportes no Brasil, particularmente os “investimentos significativos de longo prazo” feitos no futebol, o esporte mais popular do país.

Por fim, o IBJR reiterou seu desejo de ver o jogo responsável promovido no Brasil, com todas as apostas feitas conscientemente e respeitando os limites financeiros e emocionais dos jogadores.

Em setembro, a entidade revelou que todos os seus membros haviam concordado em acelerar a proibição de cartões de crédito para apostas, com a proibição em toda a indústria programada para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2025.

A resposta da Loterj

Após a publicação do manifesto do IBJR, a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) emitiu um comunicado próprio sobre o jogo responsável.

No comunicado, que inclui declarações de executivos de várias licenciadas da Loterj, o regulador descreveu como suas marcas licenciadas estão promovendo um ambiente “seguro e consciente” para o jogo no Brasil.

A Loterj afirma que suas licenciadas devem aderir às melhores políticas internacionais em relação a aspectos como práticas de reclamação e programas de jogo responsável.

Notavelmente, também defendeu suas políticas de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Estas foram alvo de críticas nos últimos meses em meio a uma batalha judicial em andamento entre a Loterj e o governo federal sobre a legalidade das marcas licenciadas pelo regulador estadual para operar em todo o Brasil além das fronteiras do estado do Rio de Janeiro.

Em abril, o IBJR afirmou que a Loterj estava atuando além de sua jurisdição ao credenciar operadores para atividades em âmbito nacional.

O presidente da Loterj, Hazenclever Lopes Cancado, declara: “Estabelecemos requisitos modernos e rigorosos para o credenciamento de casas de apostas, garantindo um ambiente seguro, onde as práticas de jogo responsável desempenham um papel crucial na proteção dos apostadores.”

IBJR e Loterj respondem às crescentes críticas ao jogo no Brasil

O IBJR e a Loterj se manifestaram em meio às crescentes críticas ao setor de apostas no Brasil, com menos de dois meses restantes para o lançamento do mercado legal.

A pressão crescente foi influenciada pela divulgação de várias pesquisas que destacam possíveis problemas decorrentes do jogo no Brasil.

Em agosto, a empresa de pesquisa de mercado Hibou realizou uma pesquisa que descobriu que 10% da população brasileira enfrentou dificuldades financeiras relacionadas ao jogo.

Posteriormente, um estudo polêmico da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que, entre os brasileiros que destinam parte de seu salário ao jogo mensalmente, 23% pararam de comprar roupas, enquanto 11% reduziram seus gastos com saúde e medicamentos.

Na semana passada, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Brasil revelou que havia contatado 17 operadores de apostas buscando esclarecimentos sobre seus planos para proteger consumidores em risco.

Por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), o MJSP solicitou que as empresas fornecessem informações detalhadas sobre publicidade, bônus e medidas para restringir o acesso de menores às apostas no Brasil.

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