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O relator da CPI das Apostas no Brasil contra-ataca após alegações de extorsão

| By Kyle Goldsmith
A senadora Soraya Thronicke, relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas no Brasil, pediu ajuda à Polícia Federal (PF) para investigar denúncias de extorsão no grupo.
Brazil betting CPI extortion

Em resposta às crescentes críticas à indústria de apostas no Brasil antes do lançamento do mercado legal em 1º de janeiro de 2025, a CPI das Apostas foi estabelecida em novembro a pedido de Thronicke. Ela visa investigar a “crescente influência dos jogos de azar online nos [gastos financeiros das famílias brasileiras]”.

Na semana passada (13 de dezembro), no entanto, a CPI mergulhou em um escândalo após uma reportagem da revista brasileira Veja fazer alegações de extorsão ligadas a empresários do setor de jogos de azar.

A Veja informou que o senador Ciro Nogueira alertou o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, sobre um lobista de Brasília chamado Silvio de Assis, que buscava extorquir membros da indústria.

A PF já está possivelmente envolvida, com a suposta solicitação de Assis de R$ 40 milhões (£ 5,2 milhões / € 6,2 milhões / $ 6,5 milhões) do proprietário de um site de apostas avisado de que talvez precisasse testemunhar diante da CPI.

O empresário se recusou a pagar e foi posteriormente convocado para a CPI. Embora Assis não tenha acusado Thronicke de envolvimento direto, ela supostamente tem uma “relação próxima” com o lobista.

Thronicke emitiu uma forte resposta à “fofoca”, rotulando-a de “movimento orquestrado” para desviar o foco do trabalho da CPI.

“Diante das graves alegações, procurei o diretor-geral da Polícia Federal, colocando-me inteiramente à sua disposição”, disse Thronicke. “Também solicitei que fosse realizada uma acareação entre os mencionados. Peço que os parlamentares mencionados façam o mesmo.”

A AGU pode investigar as alegações da CPI das Apostas no Brasil

Segundo a Veja, Assis já foi acusado de corrupção após ser preso pela PF em 2018 por um esquema envolvendo o Ministério do Trabalho. Esse caso ainda deverá ser julgado.

Thronicke está empenhada em identificar e responsabilizar os envolvidos na obstrução da CPI das Apostas, afirmando ser fundamental garantir que sua “missão” de investigar os danos decorrentes das apostas online permaneça no caminho certo.

“A constituição nos garante imunidade parlamentar, o que é essencial para exercermos nossos mandatos livremente, protegidos de perseguições e calúnias infundadas”, explicou Thronicke.

“Quando sou atacada de forma injusta e covarde, quando tentam me vincular a insinuações sem provas, exerço esse direito para garantir que a verdade prevaleça e que minha honra seja preservada.”

Após as alegações, o vice-presidente da CPI, Alessandro Vieira, solicitou que o Gabinete do Procurador-Geral abrisse uma investigação sobre as afirmações.

Vieira refutou veementemente quaisquer alegações de seu envolvimento em um esquema de extorsão, bem como preocupações com o desempenho da CPI das Apostas até o momento.

“Espero que [a AGU] abra uma investigação e, se alguém fez algo errado, que seja severamente punido”, declarou Vieira.

“Não podemos tolerar esse tipo de coisa. Ainda mais quando estamos investigando uma atividade que envolve bilhões de reais, que drena recursos da saúde, que claramente tem evidências de crime, lavagem de dinheiro e envolvimento de agentes públicos.”

Senadores defendendo-se contra alegações de extorsão

As alegações de corrupção envolvendo a CPI das Apostas são mais um golpe para a indústria de jogos de azar, prestes a ser regulamentada no Brasil, e que vem sendo cada vez mais criticada ultimamente.

Também é extremamente prejudicial para a imagem dos políticos brasileiros. O senador Cleitinho tomou a palavra no Senado na terça-feira (17 de dezembro) para defender seus colegas.

“Nunca na minha vida farei algo assim. Vim aqui literalmente para fazer a coisa certa, porque não suporto mais que a classe política seja rotulada como bandida, ladra, corrupta. Temos que mudar isso”, declarou Cleitinho.

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