Presidente do Palmeiras pede banimento de Textor se não apresentar provas de manipulação de resultados
O proprietário do Botafogo de Futebol e Regatas John Textor acusou o Palmeiras de estar envolvido em um jogo manipulado, o que levou à criação de uma CPI para combater a manipulação de resultados no Brasil.
Textor afirmou ter provas de que jogadores do São Paulo foram subornados em uma derrota por 5 a 0 contra o Palmeiras. O proprietário do Botafogo também disse possuir uma gravação de um árbitro que teria sido subornado.
Textor reafirmou essas alegações em uma CPI realizada em abril. O senador Jorge Kajuru, presidente da CPI, pediu que Pereira comparecesse à comissão.
Pereira refutou veementemente as acusações de Textor, afirmando que ele deveria ser banido do futebol brasileiro caso não apresentasse provas suficientes.
Objetivamente, não vi absolutamente nenhuma evidência, disse Pereira.
Não tenho a menor dúvida de que John Textor deveria ser banido do futebol brasileiro, porque, com essas alegações irresponsáveis e criminosas, ele não afeta apenas o Palmeiras, mas toda a credibilidade desse grande produto que é o futebol brasileiro.
Acusações de manipulação de resultados por Textor
Em sua aparição na CPI, Textor alegou que uma tecnologia contratada para avaliar o comportamento humano identificou que cinco jogadores do São Paulo agiram de forma anormal. Um jogador apresentou oito anomalias, quase três vezes mais do que o índice normal.
Embora Textor acredite que o jogo foi manipulado, ele também afirmou não ter certeza sobre a participação de jogadores do Palmeiras.
No entanto, ele destacou outros dois jogos envolvendo o Palmeiras. Em um deles, um gol do Vasco da Gama foi incorretamente anulado devido à posição errada de uma câmera do VAR. O outro jogo foi entre Palmeiras e o Botafogo de Textor, onde o Botafogo teve um jogador expulso antes de o Palmeiras virar a partida e vencer por 4 a 3. O Palmeiras acabaria ganhando o campeonato.
Pereira criticou as alegações de Textor, dizendo que elas estavam impactando negativamente a percepção do futebol brasileiro. Pereira também afirmou que, se soubesse de qualquer irregularidade envolvendo o Palmeiras, teria informado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Não posso deixar que um estrangeiro venha ao Brasil e, porque perdeu um título… desqualifique o título muito importante do Palmeiras, declarou Pereira.
Minhas observações são em relação à atitude de John Textor, não ao Botafogo. Suas atitudes são um grande prejuízo para o futebol brasileiro.
Kajuru exige provas de Textor
Kajuru convocou os 20 clubes da Série A do Brasileirão para uma reunião na CBF com o objetivo de estabelecer um prazo para que Textor comprove suas alegações.
Enquanto isso, Pereira pediu medidas punitivas mais rígidas contra aqueles que manipulam jogos, como forma de dissuasão.
Sem punição, não chegaremos a lugar nenhum, continuou Pereira. A impunidade é a semente do próximo crime.
Não adianta avisar, não adianta enviar cartas. Se você participa desses esquemas que prejudicam a credibilidade, os resultados e o trabalho sério de outros clubes, você será banido do futebol.
Kajuru considera expulsão de Textor
Na quinta-feira (6 de junho), outra reunião da CPI convidou Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, para falar.
Seneme rejeitou a credibilidade das alegações de Textor, enquanto Kajuru reafirmou sua crença de que o empresário americano deveria ser banido do país caso suas acusações não fossem comprovadas.
Com a experiência que tenho, não vi nem identifiquei nenhuma ação que pudesse dar a menor referência e transformá-la em algum tipo de manipulação de resultados, disse Seneme.
Erros de arbitragem acontecem. Mas transformar um erro de arbitragem em uma denúncia de manipulação de resultados, a meu ver, é uma ação irresponsável.
Kajuru acrescentou: Se ele não provar absolutamente nada, deve ser banido do futebol brasileiro e expulso do país por toda a confusão que está criando.
Patrocínios criticados
Além da manipulação de resultados, o patrocínio ao futebol também foi tema de destaque na CPI de quinta-feira.
Vários contratos de patrocínio com clubes foram firmados desde a aprovação do Projeto de Lei 3.626/2023 para regulamentar as apostas esportivas. Em maio, o Vasco da Gama anunciou o maior patrocínio da história do clube, com a Betfair se tornando patrocinadora dos uniformes das equipes masculina e feminina.
A Betano anunciou recentemente que será patrocinadora do Campeonato Brasileiro Série A. Além disso, a operadora também patrocinará o próximo torneio da Copa América.
O Corinthians também fechou um contrato de R$ 370 milhões para que a VaideBet se torne sua patrocinadora máster. No entanto, o maior patrocínio da história do futebol brasileiro está supostamente ameaçado devido à presença de uma parte intermediária nas negociações.
O senador Eduardo Girão, ex-presidente do Fortaleza Esporte Clube, afirmou que tais contratos ameaçam a reputação do futebol brasileiro.
O conflito de interesses para mim é muito claro, disse Girão. Eu, como presidente de clube, sou totalmente contra.
Acho que estamos matando a galinha dos ovos de ouro do futebol. As pessoas não sabem se estão assistindo a um jogo real ou a um jogo combinado.